23/02/2010

ECO ESTÁDIO

A preocupação com a preservação do meio ambiente é um dos principais desafios da arquitetura moderna e esse tema pode ser percebido na construção dos novos estádios ao redor do planeta.
O novo estádio de Taiwan, localizado na cidade Kaohsiung, inaugurado em 2009, já pode ser considerado um dos ícones dos chamados Eco Estádios. A cobertura do estádio que tem o formato de um dragão, quando vista de cima, é composta por 8,844 painéis de captação de luz solar. 
Esses painéis são suficientes para suprir todas as necessidades de energia no estádio, composto por 3.300 luzes e dois telões gigantes. Os 1.14 gigawatt / hora produzidos pela cobertura do estádio também são capazes de iluminar 80% das residências do entorno.
O desenho da cobertura também foi projetado para resfriar naturalmente as arquibancadas. O estádio que tem a capacidade de receber 55.000 pessoas sentadas, custou cerca de 150 milhões de dólares e foi construído apenas com matéria prima vindas de Taiwan.
É uma pena que não vemos grandes preocupações com a ecologia nos estádios brasileiros.




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18/02/2010

ALL YOU CAN EAT


O Comerica Park, casa do time de baseball Detroit Tigers, vai lançar, para temporada 2010, lugares com buffet liberado de comida. Os lugares estarão disponíveis para todos os 81 jogos da equipe na temporada da Major League Baseball (MLB).
Serão vendidos ingressos individuais ou em grupo a partir de $55, o ingresso dará direito a um suprimento inesgotável de cachorro quente, hamburgers, pedaços de frango, pipoca, vegetais, salada de massa e refrigerantes.
Segundo os dirigentes do Tigers, esse serviço está atendendo uma demanda dos seus torcedores que sempre exigem um tratamento diferenciado.
O time de Detroit é o décimo sexto a implementar esse sistema em seu estádio na MLB. Os lugares com buffet liberado, apesar de novos, são um enorme sucesso nos EUA e já podem ser encontrados nos estádios e arenas de basquete e futebol americano em todo o país.
Imagina se essa moda pega aqui no Brasil?
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09/02/2010

SOCIAL


Nos eventos esportivos ao redor do mundo, tradicionalmente, existem dois tipos de público. 
O espectador que vai ao evento pelo jogo e sofre com as emoções de dentro de campo ou quadra, sabe exatamente a escalação do seu time de coração e toda a sua atenção fica voltada para os acontecimentos de dentro das 4 linhas.
Também existe um outro tipo de público que é muito importante e numeroso. É o espectador que vai ao evento pelo social, quer ver os amigos, levar a família, levar um cliente, fechar negócios, ou seja, ele é atraído ao evento pela sua atmosfera mas não fica muito preocupado com o que acontece dentro da 4 linhas, para ele o interessante é o social. Vou chamar esse espectador de consumidor social.
O consumidor social é muito importante porque é um torcedor que consome mais, para o seu carro no estacionamento, compra souvenir do time, almoça ou janta no restaurante do estádio, paga um valor mais alto para ter um tratamento superior e exclusivo, compra os ingressos ou carnês com antecedência, etc.
É muito comum confundirmos o consumidor social com o frequentador de camarotes, mas isso é incorreto. Os dois públicos são completamente diferentes. Camarotes na maioria das vezes pertencem a uma empresa e a parte social só existe entre os membros e clientes de uma determinada empresa dentro do seu camarote.
O consumidor social busca assentos corporativos, com uma qualidade superior, acolchoados e com braços. Fundamental também para agradar essa classe de consumidor é a presença de um bom restaurante, estacionamento, banheiros, bares e entradas exclusivas e uma área comum onde ele possa encontrar os amigos e clientes. 
Essa classe de consumidor é quase que ignorada em todas as arenas e estádios do país, muitos estádios possuem até locais diferenciados, mas não têm restaurantes, áreas comuns, serviços diferenciados, etc, etc, etc.
Porque estou falando isso tudo? Como os prórpios gestores dos principais estádios e arenas do mundo afirmam que grande parte das receitas do dia do jogo vêm dos consumidores sociais, o fato desse tipo de consumidor ser ignorado no Brasil, significa dizer que os clubes deixam de faturar milhões em todos os jogos. Esse dinheiro desperdiçado seguramente seria suficiente para contratar grandes jogadores e manter por mais tempo os jovens talentos no país. 

Assentos corporativos na Commerzbank Arena.


Assento no estádio José Alvalade, cada torcedor tem o seu nome gravado.

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02/02/2010

TRAGÉDIA DE BRADFORD



Sábado 11 de maio de 1985, mais de 11 mil pessoas lotavam o velho estádio Valley Parade para celebrar o acesso da equipe local, Bradford City F.C., à segunda divisão do futebol inglês. Antes da partida o capitão da equipe levantou o trofeu de campeão, conquistado na rodada anterior, e foi muito festejado.
O clima era de muita festa até os 40 minutos do primeiro tempo, quando tragicamente subiu uma labareda no setor G das arquibancadas. Um cigarro aceso atirado no lixo que se acumulava em baixo da arquibancada, foi o responsável pelo início do incêndio, que logo se alastrou pelas velhas estruturas de madeira do estádio.
As pessoas em desespero tentavam fugir das chamas, muitas correram para dentro do campo e conseguiram sobreviver, policias desesperados e sem o menor preparo tentavam evacuar a arquibancada. Infelizmente uma sequência de erros e despreparo tiraram a vida de 56 pessoas e deixaram outras 265 feridas.
Muitos torcedores procuraram extintores de incêndio mas, por receio de vandalismo todos os extintores foram retirados antes da partida. Muitas pessoas tentaram fugir pela entrada principal do estádio, mas encontraram os portões fechados e ninguém por perto para abrí-los. A organização do estádio tinha mandado fechar os portões, com medo que houvesse uma invasão após o início da partida. Depois de conseguirem arrombar os portões, dezenas de pessoas foram pisoteadas quando tentavam pular as roletas que ainda permaneciam travadas. Não demorou muito para que a fumaça e as chamas chegassem ao local onde as pessoas tentavam desesperadamente sair do estádio. A brigada de incêndio, apesar de ter sido chamada no primeiro sinal do fogo, demorou cerca de 4 minutos para chegar.
Muito foi aprendido depois dessa tragédia, estádios do mundo inteiro evoluíram para evitar novas mortes. Mas, infelizmente, passado quase 25 anos da data trágica na Inglaterra, os mesmos erros primários ainda são cometidos nos estádios brasileiros.
Aqui ainda existem barreiras intransponíveis entre as arquibancadas e o campo, não existem comissários treinados para atuarem em emergências, brigadas de incêndio especificas dos estádios são raridade, os portões ainda são trancados com correntes e cadeados, as roletas não possuem sistema de pânico e ficam travadas, as pessoas ainda permanecem em áreas chaves de circulação e evacuação, é muito difícil encontrar extintores de incêndio, as saídas de emergência são mal sinalizadas, as áreas de evacuação são estreitas e mal planejadas,  etc, etc, etc.
Vocês podem comprovar os erros primários dos estádios brasileiros através das fotos:

Fosso, com pregos e arame farpado, do Estádio Olímpico do Grêmio - Site Terra (2008).

Portão de acesso e evacuação das arquibancadas do Maracanã, trancado com corrente e cadeado.

Torcedores parados nos vomitórios do Maracanã, local vital para evacuação do estádio.

Quando é que os gestores dos estádios vão começar a tratar a segurança do torcedor com seriedade? Quando será que ir a um estádio deixará de ser uma arriscada aventura? Será que vai ser preciso uma nova tragédia e novas mortes? 
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