* Relato do colaborador Eduardo Barros
Ontem, aqui nos EUA, tive a oportunidade de ir ao jogo de futebol do Columbus Crew contra o Orlando City, time do Brasileiro Kaka e gostaria de compartilhar minha experiência com vocês.
Quinta feira passada, combinei de ir ao jogo com um amigo, também brasileiro. A compra do ingresso foi tranquila, usei o site do ticketmaster.com e a transação foi segura e rápida. Tive a oportunidade de escolher a faixa de preço que eu estava disposto a pagar, assim como o meu assento. Concluída a transação, imprimi o ingresso. Processo eficiente e rápido, já existente no Brasil para compras de passagens aéreas mas infelizmente ainda indisponível em muitos eventos culturais e esportivos.
Sábado, dia do jogo, saí da minha cidade e levei duas horas, de carro, até a cidade de Columbus, capital de Ohio, pouco trânsito, céu claro, temperatura de 24c, tudo perfeito para se assistir a uma partida de futebol. Antes do jogo resolvi ir a um restaurante e isso demorou mais do que eu esperava, portanto, acabei chegando atrasado ao jogo. Boa sinalização para chegar ao estádio, porém poucas vagas de estacionamento disponíveis. Foi obrigado a estacionar na grama, ainda bem que não estava chovendo, assim não havia lama. Esse foi o primeiro ponto negativo do dia.
Logo que entrei no estádio vários funcionários (stewards) me ajudaram a encontrar o meu lugar. Diferentemente do Brasil onde as torcidas adversárias são obrigadas a entrarem por portões e setores diferentes, aqui pude entrar por qualquer entrada. Já dentro do estádio consegui andar até o meu setor e assento.
Eu já conhecia o estádio, meu amigo ficou impressionado, mas eu fiquei decepcionado. Um estádio pequeno, modesto e por que não dizer desconfortável. Muito diferente dos estádios de futebol americano e baseball, esses sim "padrão FIFA". Posso dizer que o estádio do Columbus Crew se compara a estádios de times universitários aqui nos EUA. Apenas os assentos no centro eram de cadeiras, sentamos num banco, parecido como velho Maracanã. Estávamos pertinho do corredor onde os jogadores entram e saem do gramado, uma ótima oportunidade para tirar fotos e pegar autógrafos. No Maracanã os times entram no meio do campo, mas aqui o túnel ficava perto de uma das bandeirinhas de escanteio.
Infelizmente por chegar atrasado não presenciei a entrada das equipes, nem o hino nacional. O estádio estava 60% cheio, mas a torcida era bem animada. Existia um setor específico direcionado a torcida organizada do Columbus Crew, onde estavam todos uniformizados, cantando e soltando fogos de artifício. Percebi também a presença de poucas, mas insuportáveis vuvuzelas, famosas na Copa da Africa do Sul.
Cheguei aos 28 minutos do primeiro tempo, 2 minutos depois, o Columbus Crew abriu o placar com um gol de letra do Argentino Federico Higuian, irmão de Gonzalo Higuain ex-atacante do Real Madrid, que jogou a última Copa do Mundo, e atualmente está no Napoli da Itália.
Vi e revi o gol por vários ângulos no telão que fica atrás de um dos gols. Aliás, telão fica mostrando o tempo de jogo durante toda a partida, assim como acontece na Europa e não acontece no Brasil. Logo após o gol, um jogador do Orlando City foi merecidamente expulso por dar uma entrada criminosa no adversário. Até esse momento Kaka pouco tocava na bola.
Terminado o primeiro tempo corri até a mureta próxima ao túnel de acessos aos vestiários onde pude tirar foto dos jogadores, principalmente do Brasileiro. Durante o intervalo, mesmo com o gramado parecendo ser muito bom, o sistema de irrigação do estádio ficou ligado para manter a grama molhada e facilitar o deslizamento da bola, tornando o jogo mais rápido.
Começado o segundo tempo, o Orlando City com um jogador a menos e inferior tecnicamente foi presa fácil para o Columbus Crew que ainda marcou mais 2 gols e criou inúmeras oportunidades, teve até um gol anulado.
Não vi nenhum jogador matar a bola de canela, mas o nível técnico deixou a desejar. O lateral do Orlando teve a proeza de cobrar um lateral para fora, momento que Tadeu Schimit não deixaria passar desapercebido, no Fantástico, caso o jogo fosse no Brasil. O Brasileiro Kaka, teve uma atuação apagada com poucas oportunidades.
Restando 2 minutos para o apito final eu tive a “brilhante” ideia de me dirigir até a mureta próxima ao túnel para tentar conversar com os jogadores quando saíssem, ou quem sabe até tirar uma selfie, alguns outros torcedores tiveram a mesma ideia. Os torcedores Americanos que estavam sentados próximo não gostaram da aglomeração e começaram a reclamar. Que povo certinho, eu não estava na frente de ninguém, mas mesmo assim pelo visto não aceitam o tal “jeitinho” brasileiro. Tive que voltar ao meu assento, esperar os 2 minutos até o fim da partida para, aí sim, voltar a mureta e chegar perto dos jogadores.
Kaka como era de se esperar foi o mais assediado. Ele foi muito simpático, atencioso com o público e não se cansou de distribuir autógrafos. Vi torcedores, na sua maioria crianças, usando sua camisa 22 dos tempos de Milan.
Resolvi tirar algumas fotos antes de sair do estádio. Presenciei um fato inusitado, pelo menos para mim, após a partida os jogadores reservas tiveram que voltar ao gramado para treinar, mesmo com a retiradas de uma das balizas. Verifiquei que na parte de baixo do estádio havia um campinho society onde crianças jogavam bola.
Indo em direção ao carro passei por várias barraquinhas de cachorro quente, ainda em funcionamento, e diversos grupos de torcedores com isopores cheios de cerveja. Esse é um comportamento tipicamente norte americano, conhecido como Tail Gate, que começa muito antes do jogo e termina horas depois do apito final. Normalmente as pessoas que participam do Tail Gate, em estádios nos EUA, ficam 6 horas fora de casa, mesmo que o jogo só demore 90 minutos.
Levei uns 20 minutos para chegar até a estrada e viajei mais 2 horas até chegar em casa. Viva o soccer...
Abraços e até a próxima.