30/03/2010

CLUBE DOS 30


O Avaí Futebol Clube marcou um gol de placa em seu estádio, a Ressacada. Na semana passada a diretoria do clube lançou o Clube dos 30. Um projeto inovador nos estádios brasileiros que promete trazer o consumidor corporativo para os jogos da equipe de Santa Catarina.
O Clube dos 30, consiste em uma área, de 200m², preparada para se fazer negócios e curtir os jogos de uma maneira diferente. Em um lounge bonito e moderno, com banheiros, bares, poltronas, TVs, etc., os empresários poderão levar seus clientes e outras empresas para fechar grandes acordos enquanto assistem as jogadas de Sávio e Cia.
As 30 empresas cotistas terão direito:
  • 10 (dez) poltronas personalizadas, mais 4 (quatro) credenciais;
  • 02 (duas) vagas no estacionamento;
  • Placa com a logo dos 30 parceiros nas principais áreas do estádio da Ressacada;
  • Direito de uso da marca “Clube dos 30”;
  • Banner no portal Avaí
  • 01 (uma) placa (6m X 1m) no CFA (Centro de Formação de Atletas)
Como sabemos que esse tipo de espaço é responsável por 40% das receitas de matchday dos estádios ingleses (post: MATCHDAY). Tenho certeza que o Clube dos 30 irá gerar muito boas receitas para o Avaí Futebol Clube
Saiba mais sobre o Clube dos 30 no vídeo.
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24/03/2010

COUTO PEREIRA ALEMÃO



Essas cenas acima ocorreram no último dia 13/03/10, ao final da partida entre Hertha Berlim e Nurenberg, exatamente no Estádio Olímpico de Berlim, palco da grande final da última Copa do Mundo.
Membros da facção organizada Ultra, enfurecidos com a última colocação na tabela do time de Berlim, resolveram invadir o campo, em uma simples demonstração de agressividade. Armados com barras de ferros e pedaços de pau, dezenas de pessoas proporcionaram cenas grotescas de destruição gratuita.
Os comissários de campo impotentes diante de tal demonstração de agressividade, recuaram permitindo que a invasão ocorresse. Ao invés de irem para uma situação de confronto os comissários correram para proteger a entrada dos vestiários, enquanto esperavam que a tropa de choque da polícia chegasse e expulsasse as pessoas da área do campo.
No final do incidente 4 polícias ficaram feridos, 25 pessoas foram presas, 23 pessoas foram banidas de todos os estádios do país e muitas serão processadas por vandalismo. A polícia local está analisando as imagens para tentar identificar todos que participaram da invasão e promete que todas também serão banidas dos estádios e processadas.
O Hertha Berlim foi punido com uma multa de €50.000,00 e somente poderá vender 25.000 ingressos (a capacidade total do estádio é de 74.200) para o próximo jogo em casa.
As imagens lembram muito a invasão ocorrida no Estádio do Coritiba, Couto Pereira e mais uma vez provam que problemas de vandalismo ocorrem tanto aqui quanto na Europa. Mas é muito importante se destacar, que lá na Alemanha, o reforço policial chegou em menos de dois minutos, nenhuma bala de borracha foi disparada, ninguém ficou gravemente ferido, os comissários ao invés de enfrentarem os invasores, fato que poderia gerar uma confusão generalizada, correram para proteger os jogadores e os árbitros e as punições aos baderneiros já começaram a ser aplicadas (25 presos e 23 banidos, por enquanto).

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19/03/2010

A ROLETA FICOU RUSSA


A Secretaria de Turismo Esporte e Lazer do Estado do Rio de Janeiro,  responsável pela a administração do Maracanã, deu um ultimato definitivo aos clubes Flamengo, Fluminense e Vasco, para que a estes se entendam com a empresa BWA, que hoje é encarregada pela confecção, venda e controle de entradas desses clubes, para esta parar, imediatamente, de operar no estádio do Maracanã.
A gota d`água para tal atitude, foi o fato ocorrido no último final de semana, no jogo entre Flamengo e Vasco. Das 103 roletas existente para entrada do público, apenas 15 funcionaram (5 do lado do Vasco e 10 do lado do Flamengo). O público presente no estádio foi de 37.104  pessoas e houve grandes tumultos na entrada. Imaginem o que teria acontecido se não tivesse chovido no domingo e tivessem comparecidos mais de 60.000 torcedores no estádio?
Depois de muitas promessas não cumpridas e confusões geradas pelo péssimo serviço da empresa, a Secretaria que não aguenta mais, bateu o pé. As próximas partidas pelo campeonato estadual do Rio já foram transferidas para outras praças. As finas do estadual e o restante da Copa Libertadores e Copa do Brasil correm um grande risco de serem disputados no Estádio Olímpico João Havelange ou no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.
Os torcedores a princípio podem até não estar gostando dessa atitude, mas pela primeira vez vemos que no Maracanã tem alguém que se preocupa com o torcedor. A atitude drástica teve que ser tomada, porque os clubes, que são os verdadeiros responsáveis por toda esta situação, pois  possuem contratos assinados com a BWA, sempre empurram os assuntos com a barriga e se isentam de qualquer culpa. Nunca tomaram nenhuma providência e ignoraram, solenemente, a qualidade dos serviços prestados aos seus torcedores.
Não é de hoje que vemos tumultos nas vendas de ingressos, reclamações com relação aos pontos de venda e sobre a comercialização via internet, isso sem falar nas constantes confusões e filas quilométricas nas entradas do estádio, devido ao mau funcionamento das roletas (falei sobre a confusão na entrada do jogo Flamengo e Grêmio no post DESCASO "HEXAGERADO").
Quando esses tumultos ocorrem, a culpa sempre recai sobre o estádio, mesmo quando esse não é o responsável direto. Na Europa, tive a oportunidade de conversar com gestores de grandes estádios e estes me informaram que prestam treinamentos constantes até para os funcionários das empresas tercerizadas. Afinal de contas, a preocupação com a jornada do torcedor é fundamental para que a experiência de ir a um evento esportivo seja inesquecível nas suas vidas.
Espero que dessa vez a Secretaria não volte a atrás e se mantenha firme na sua posição, pelo bem do torcedor. Mas uma vez é de se lamentar que tal atitude não veio dos clubes, que, a cada dia que passa, dão mais provas de que não se importam, nem um pouco, com seus torcedores.

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16/03/2010

OS MESMOS PROBLEMAS

Imaginem vocês um lugar onde os estádios são antigos, inseguros, sujos, as áreas corporativas e de hospitalidade são muito mal trabalhadas e as brigas entre “torcidas” organizadas são constantes. É lógico que estamos falando do Brasil,  pois errou, estamos falando da Itália e esses são os problemas que mais afugentam os torcedores italianos dos seus estádios. Temos aí uma prova cabal de que a presença de craques de primeira grandeza mundial e um campeonato competitivo, não são suficientes para atrair público para assistir os jogos ao vivo.
Os times italianos, apesar de serem considerados gigantes mundiais, apresentam ganhos muito baixo advindos dos seus estádios, o que prejudica muito o total de arrecadação. Os melhores clubes da Itália aparecem somente na oitava, nona e décima posições na lista dos 20 clubes com maior faturamento do mundo na temporada 2008/2009, em um estudo anual publicado pela Delloite. De acordo com a publicação, se os clubes italianos não melhorarem urgentemente as receitas de matchday (oriundas dos estádios nos dias de jogos), eles terão dificuldades de se manterem na lista dos maiores do mundo.
Para efeito de comparação o Newcastle United, que foi rebaixado na temporada 2008/2009, faturou em receitas de matchday €34 milhões, ficando a frente de todos os clubes italianos, que apresentaram os seguintes faturamento: AC Milan €33,4 milhões; Internazionale €28,2 milhões; AS Roma €18,8 e Juventus €16,7 milhões (vide post: MATCHDAY, onde falei sobre o bom desempenho dos clubes ingleses). 
Outro grande problema que se assemelha aos nossos, diz respeito a baixa taxa de ocupação dos estádios italianos. Na lista da Delloite, os italianos aparecem com os piores resultados também nesse quesito.
Os clubes da Itália jogam as principais competições do continente e tem grandes jogadores, mas por não trabalharem bem os seus estádios sofrem com as baixas médias de público. Gigantes como Roma, Milan e Internazionale obtiveram taxas de ocupação dos seus estádios de apenas 50%, 52% e 66% respectivamente, na temporada 2009/2010 (análise feita até 20 de janeiro de 2010).
Mas os italianos já estão se mexendo. A Juventus está construindo um novo estádio, com previsão de inauguração em 2011 (post: DESIGN ITALIANO), a Roma, Fiorentina e até a Internazionale, que joga no mítico Giuseppe Meazza, tem projetos de construção de novos estádios. A federação de futebol do país, depois de ter perdido a disputa para sediar a Euro 2012 para Ucrânia-Polónia, já oficializou a candidatura para receber a Euro 2016. A competição servirá principalmente para reformar os estádios do país, como declarou o presidente de federação, Giancarlo Abete: “A Euro 2016 representa uma oportunidade histórica para transformar a qualidade, segurança e ambiência dos estádios italianos.”
Como podemos perceber, os problemas dos estádios italianos são muito parecidos com os nossos, mas lá esses problemas já foram detectados e vemos que eles caminham para a transformação. Quando será que os gestores do nosso futebol vão perceber a importância dos estádios? Mas uma vez volta a reflexão do post anterior. Será que uma gestão profissional e específica para os estádios não poderia vir a ser a salvação do futebol brasileiro? 



Foto do banheiro do estádio Giuseppe Meazza, onde jogam AC Milan e Internazionale.
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09/03/2010

MATCHDAY


A Deloitte publicou recentemente a décima terceira edição do estudo anual, feito sobre as receitas dos principais clubes do mundo. A análise foi feita com base no faturamento dos clubes na temporada 2008/2009. A lista com os 20 clubes mais ricos do planeta é encabeçada pelos espanhóis Real Madrid e Barcelona e apenas times das 5 maiores ligas compõem a lista.
Para efeito de análise a empresa dividiu as receitas dos clubes em 3 categorias: Broadcasting - receitas oriundas dos direitos de transmissão, tanto de competições domésticas como internacionais; Commercial - receitas advindas de patrocínios e venda de produtos;  Matchday - composta na sua grande maioria por receitas oriundas das vendas de ingressos para os jogos, incluindo carnês da temporada e sócios e também o consumo dos torcedores no estádio. 
Com esse estudo fica muito fácil perceber como as receitas de matchday são fundamentais para a boa saúde econômica dos clubes. A criação de uma categoria somente para esse tipo de receita, mostra como a administração dos estádios e o bem estar do torcedor é encarado de uma forma profissional e séria pelos principais clubes do mundo, senão vejamos:
Não por coincidência, quem mais faturou no mundo, com receitas de matchday (vindas do seu estádio) foi o Manchester United, o clube inglês faturou 127,7 milhões de euros. Se dividirmos esse valor pelos 30 jogos que o United fez em casa, significa dizer que o faturamento foi de 4,3 milhões de Euros (mais de 10 milhões de Reais) por jogo, no Old Trafford.
O segundo clube na lista de faturamento por receitas de matchday é o também inglês Arsenal, com o seu moderníssimo Emirates Stadium, que mesmo ficando atrás do Manchester apresenta também números de impressionar, 117,5 milhões de Euros. Logo atrás nessas receitas estão o Real Madrid com €101,4 milhões, o Barcelona com €95,5 milhões e o Chelsea com €87,4 milhões.
Segundo a Delloite, o bom desempenho dos clubes ingleses se dá devido a atratividade do campeonato, a lealdade dos torcedores e a transformação dos estádios, desde o início da década de 90, em maravilhosos espaços com amplas áreas de hospitalidade  visando o torcedor social e corporativo (falei sobre isso no post: SOCIAL). Ainda de acordo com o relatório, os clubes da liga inglesa tem 40% do seu faturamento de matchday oriundos dessas novas áreas.
No Brasil o ponto que está mais atrasado em relação ao futebol europeu é exatamente a maneira como é encarada a gestão dos estádios, sem um foco de gestão específico para o mesmo. As receitas de bilheteria (assim chamada porque muitos clubes não ganham nada além do que parte da bilheteria) são irrisórias no montante total do faturamento dos clubes. É uma pena que os gestores do nosso futebol não vislumbrem o retorno que pode dar uma boa gestão de um estádio. Os estádios são velhos, inseguros, não possuem espaços corporativos, nem restaurantes ou lanchonetes decentes, na sua esmagadora maioria os estádios ainda são deficitários, etc.
Sei que não podemos comparar as economias de Brasil e Inglaterra, mas o impressionante  faturamento de mais de 10 milhões de Reais, por jogo, do Manchester United me traz uma reflexão. Será que uma gestão profissional e específica para os estádios não poderia vir a ser a salvação do futebol brasileiro? 

Faturamento dos 20 maiores clubes em milhões de Euros.

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04/03/2010

PERIGO NO PARQUE

O vídeo foi removido do youtube mas ainda pode ser visto no 
blog do Mauro Cezar Pereira.



As imagens do blog, do bom jornalista, Mauro Cezar Pereira, são impressionantes.


Em um jogo do Palmeiras, no Parque Antartica, após um gol da equipe da casa, torcedores comemoram e surge um princípio de confusão nas arquibancadas, um indivíduo (de camisa branca) saca uma pistola no meio da arquibancada próximo a milhares de pessoas (a partir dos 18 segundos do vídeo).
Existem grandes absurdos nessa imagem. Primeiro como uma pessoa entra portando uma pistola em um estádio de futebol. Isso mostra como é mal feita a revista na entrada dos estádios do Brasil. A revista é o ponto crucial para a segurança dos torcedores, infelizmente, não é levado muito a sério no nosso país. Torcedores entram armados com facas, pistolas, bombas, etc. A receita exata para acontecer um tragédia. Mais uma vez a polícia não se mostrou eficiente para atuar em estádios de futebol
Segundo ponto a se destacar é que por “sorte” o fato ocorreu na comemoração de um gol e muitos não perceberam o ocorrido. Imaginem vocês se começasse uma correria nas arquibancadas? Quantas pessoas seriam pisoteadas, empurradas e sairiam gravemente machucadas? Pois, no Parque Antartica, como em grande parte dos estádios do país, não existe lugar marcado e as pessoas ficam paradas nas escadas, nos vomitórios e em outras áreas de circulação. Ainda existe um grande fosso de separação entre a arquibancada e o gramado, dificultando ainda mais a evacuação de pessoas no caso de desespero.
Quando será que os clubes irão começar a pensar seriamente na segurança dos seus torcedores e tornarem esse assunto, de fato, em um tema seríssimo? Será que escutaremos mais uma vez que a culpa é da polícia e que o clube não tem nada a ver com isso?
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02/03/2010

84 DIAS DEPOIS...

Para quem não viu, vale a pena ver essa bela matéria, sobre a reabertura do Estádio Couto Pereira feita pelo repórter Victorino Chermont, para o Sportv. 
Passado 84 dias da barbárie que decretou a interdição do estádio, nenhuma grande mudança foi feita. Ainda existem grandes ameaças e os mesmos polícias que não souberam conduzir os fatos lamentáveis no final do jogo Coritiba x Fluminense, são os responsáveis pela segurança. Será que eles receberam novos treinamentos nesse período? 
Continuo a acreditar que a segurança da maioria dos estádios brasileiros não é tratada com a devida seriedade que merece.
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