11/01/2013

A INFORMAÇÃO TAMBÉM PODE SER ANIMADA



Mestre de cerimônia em partida do campeonato italiano

Transformar o jogo em espetáculo é o grande desafio dos gestores de arenas atualmente. Partindo deste princípio as atrações que antecedem o evento principal ganham uma importância ainda maior, tendo em vista que elas se tornam o chamariz para o público permanecer no interior do estádio (consumindo) e “esquentando” a torcida para a hora do grande show.

Para que tudo isso tenha êxito, uma ocupação profissional passa a ganhar cada vez mais destaque nestas ocasiões, estamos falando do mestre de cerimônia, ou como preferem os mais antigos, o locutor.

Quem está habituado a assistir as partidas de futebol no exterior, em especial na Europa, percebe a grande diferença de como são feitas as apresentações das equipes antes da bola rolar. Apesar de já ter havido uma evolução nesse sentido, aqui no Brasil ainda temos uma cultura, mesmo que subconsciente, de que o locutor oficial do estádio precisa ser imparcial e sóbrio. Essa postura se deve muito porque no passado a maioria das arenas eram estatais e por isso faziam questão de não favorecer nenhum time, os locutores eram simplesmente informantes dos fatos e não animadores.

Hoje o conceito das mais modernas arenas no mundo tende a incluir a apresentação no espetáculo e não torna-lo um concorrente que ninguém presta atenção. Recentemente, em um estádio do Rio de Janeiro, o apresentador começou a ler a escalação de forma tão fria que a torcida por iniciativa própria decidiu ignorar a leitura oficial e passou a saudar seus atletas por conta própria, deixando a versão oficial diminuída a tal ponto que um dos momentos mais valorizados pelos anunciantes do telão ficou esquecido.

O exemplo que temos a seguir mostra a diferença gritante de como a apresentação influencia os torcedores. No clássico entre Real Madrid e Barcelona o locutor do estádio apresenta os atletas catalães sem a menor empolgação, deixando inclusive o tempo para vaias para o principal jogador adversário, Lionel Messi. Já quando inicia a escalação do time da casa parece que é um outro mestre de cerimônia, que contagia a torcida do Real desde o início.


Outro belo exemplo vem da Itália, onde o locutor ao invés de ficar em uma cabine interage com os torcedores de dentro do campo, fazendo a apresentação dos atletas em sincronia com a torcida, como é bem comum nos estádios europeus.


Encontrando o tom exato, o público reage de forma positiva empolgando ainda mais a equipe. Com isso, além de tornar o espetáculo ainda melhor, pode ser estímulo a mais aos jogadores que encontrarão um estádio animado e pronto para celebrar mais uma boa atuação da equipe. Certamente esse cenário irá cada vez mais estimular o comparecimento dos torcedores ao estádio e a arrecadação será ainda mais positiva 

*Por Rodrigo Calvoso

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