Foi só o Brasil tomar uma “chamada” internacional, ao vivo e sem cortes, que alguns amigos meus estrangeiros me enviaram e-mails perguntando o que está acontecendo aqui.
Tento explicar o inexplicável. Falo de burocracia, licitações, obras embargadas e até de falta de dinheiro.
- Como assim? Um estádio se candidata para ser sede de uma Copa do Mundo e não tem dinheiro para levantar o projeto?
A princípio a FIFA tinha estipulado o prazo de janeiro de 2010 para o início das obras, mas a data passou e nada foi feito. Depois foi estipulado uma nova data, março de 2010 e março chegou, mais uma vez as obras ainda não tinham se iniciado. Após uma carta dura, enviada pelo Ricardo Teixeira a todas as cidades sedes, um terceiro prazo foi definido, maio de 2010 e foi dado um ultimato, mas, por incrível que pareça, a terceira data passou e quase nenhuma obra começou até então.
Parece que estamos há décadas do evento, tamanha é a lentidão das obras, até as declaradas iniciadas o ritmo é de tartaruga. Nenhuma construção pesada começou, o que vemos é um desrespeito total aos papéis assinados e aos prazos estipulados pela entidade máxima do futebol.
A data final para a entrega dos estádios novos é dezembro de 2012, todos os responsáveis afirmam categoricamente que essa data será respeitada. Mas se levarmos em consideração os quase 4 anos que foram necessários para a construção do Engenhão, no Rio de Janeiro (último grande estádio construído no país), percebemos que a mão de obra brasileira vai ter que ser muito mais eficiente e rápida.
O prazo de dois anos para a construção de um estádio, padrão copa do mundo, é curtíssimo, requer um trabalho intensivo, sem paralisações e grandes imprevistos. Esse prazo pode ser ainda mais apertado quando falamos de toda a infra estrutura necessária para o evento. Sistema de transportes, aeroportos, novas rodovias, investimentos em segurança, rede hoteleira, melhorias nos entornos dos estádios, etc.
Só de pensar que faltam apenas 3 anos para a Copa das Confederações já sinto até calafrios.
Espero e torço para que o Brasil não pague um "mico" internacional sem precedentes na história.
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