17/10/2011

MODELO FRACASSADO

Muitas pessoas me perguntam qual é a maior diferença entre os estádios brasileiros e europeus, e a resposta que dou é sempre a mesma: apesar das diferenças tecnólogicas, do conforto, da segurança, das lojas e lanchonetes, dos assentos corporativos, das áreas VIPs e do respeito aos frequentadores, na minha opinião a maior diferença é o modelo de gestão.

A maneira profissional como os estádios são administrados na Europa é que faz toda a diferença. Um estádio é uma unidade de negócios idependente e precisa ser gerida como tal. São necessários profissionais especializados que pensem única e exclusivamente o estádio em sí, buscando sempre meios de melhorar a experiência do consumidor, formas de maximizar os lucros, etc. Se administrado de forma eficiente um estádio é capaz de gerar grandes receitas para os clubes proprietários.

Diferentemente da Europa, aqui no Brasil é comum vermos as mesmas pessoas que administram o clube também responsáveis pela gestão do estádio. Essa maneira de gestão comprovadamente não é eficiente. Futebol, clube social e estádio são três áreas completamente diferentes e independentes. Não tem cabimento o Vice Presidente de Património do clube, ser responsável pela piscina do sócio, pelo alojamento dos jogadores e ainda pelo gramado, cadeiras, camarotes, iluminação, roletas, segurança, etc. Para piorar, na maioria das vezes, esse Vice Presidente é amador, ou seja, não recebe por tais atribuições no clube e ainda tem que ter outras atividades profissionais paralelas para o seu sustento. Esse modelo de gestão fadado ao fracasso se repete em outros departamentos vitais na gestão do estádio, marketing, financeiro, recursos humanos, administrativo...

Com a construção de novos e modernos estádios,no país, a ineficiência do antigo modelo de gestão vai ficar ainda mais evidente. Os novos equipamentos esportivos serão muitos mais complexos de serem geridos e terão o custo de manutenção muito mais alto do que nos atuais estádios. Portanto se não houver uma administração porfissional, capacitada e eficiente o sonho de novas receitas para o clube pode se tornar um pesadelo de mais dívidas.

Concluo afirmando mais uma vez que capacitar novos gestores é preciso. De nada adianta um estádio lindo, moderno, seguro, confortável e acessível se os clubes não souberem tirar proveito de tudo que ele pode oferecer.

Quem quiser saber mais de gestão profissional de entidades esportivas indico  a leitura do site e a participação no bom curso do meu amigo João Henrique Areias. www.cursodemarketingesportivo.com

Comente com o Facebook: