A VOZ DO POVO

Segue um belo exemplo para os clubes brasileiros que pretendem construir seu próprio estádio, o Euroborg, casa do FC Groningen na Holanda. O segredo deste sucesso é muito simples e quase nunca observado aqui em solo canarinho, pesquisa de opinião dos torcedores locais.   

Antes de construir seu estádio, o clube contratou uma pesquisa perguntando à população local sobre o interesse da iniciativa na região onde ele foi erguido. A resposta foi assustadora, em sua grande maioria os moradores eram contra, porém a mesma pesquisa apontou que a os habitantes tinham interesse em ver construída na área salas de cinema, supermercados e escolas. 

Com base nesta pesquisa foi elaborado um projeto atendendo aos interesses dos moradores e assim foi construído em centro de entretenimento e cidadania contendo a arena, casa do FC Groningen, com capacidade para 22.329 lugares, uma escola, salas de cinema, supermercado, cassino e academia de ginástica. Aliado ao projeto foi criado uma estação ferroviária temporária em 2007, que foi substituída pela definitiva em 2010, a 200 metros do estádio, a Groningen Europapark, além do sistema rodoviário que foi ampliado com a circulação de novas linhas de ônibus.

 A população inicialmente contra a construção, hoje em dia comparece em grande numero a todos os jogos do clube e está muito satisfeita, pois seus interesses iniciais foram atendidos pelo projeto. Além disso, ganharam um novo centro de lazer, entretenimento e cultura, ainda foram contemplados com novas alternativas de transporte público, antes inexistentes na região. Cabe ressaltar que o clube tem participação nos lucros de todos os empreendimentos construídos no complexo, tornando-se desta maneira não só uma casa para mandar suas partidas, mas sim uma grande fonte de renda.

O segredo deste sucesso é muito simples, o clube escutou sua maior fonte de renda, seus torcedores, e desenvolveu um projeto voltado para os interesses dos mesmos. Se os clubes brasileiros adotassem este método, com certeza os resultados seriam excepcionais.

*Por Mário Bini