Na semana do Super Bowl 50 vamos publicar o relato, da experiência, do nosso colaborador Eduardo Barros assistindo, ao vivo, a um jogo da última temporada regular da NFL:
Cleveland Brows
Sábado, dia 26 de setembro de 2015, recebi uma ligação de um grande amigo,
me convidando para ver o jogo de futebol Americano do Cleveland Browns contra o
Oakland Raiders no dia seguinte. Confesso que não sou fã de futebol Americano,
mas aceitei o convite. Seria uma ótima oportunidade de aproveitar um fim de
semana de tempo bom, com temperatura amena (25oc) e sol, podendo ser
o último antes do frio chegar de vez a
Ohio.
No domingo, fui buscar meu amigo para irmos ao jogo, chegamos cedo,
sem necessidade, pois não precisaríamos
entrar em fila para comprar o ingresso. Aqui,
nos EUA, os ingressos são comprados em sua grande maioria pela internet e não
precisam ser retirados na bilheteria do estádio. No caso do meu amigo, ele comprou
o “season pass”, como é chamado aqui, um pouco parecido com o programa sócio
torcedor no Brasil. Ele paga por todos os jogos antecipadamente e recebe os
ingressos em casa.
A temporada regular de futebol Americano tem 16 jogos por equipe, 8
em casa e 8 fora. Os melhores times de cada divisão avançam para os playoffs.
Como são poucos jogos por temporada, e cada cidade so tem um time, então os
estádios estão sempre lotados. As
equipes de Cleveland tem um carma de nunca terem vencido nos 3 esportes
principais nos EUA, que são: o Futebol Americano, Beisebol, e Basquete. Porém,
a população aqui adora esportes, diferente de outras cidades, como Miami, onde
muitos jogos estão sempre vazios, por preferirem ir à praia a outros programas.
Sabendo disso, fiquei impolgado em ir à partida de futebol Americano em um
estádio confortavelmente cheio e com o público animado.
A maior dificuldade é para estacionar o carro, sendo um problema crônico
em todas as cidades no mundo que sediam um evento importante. Paramos o carro
um pouco distante do estádio, sendo relativamente mais barato que perto deste. Às
vezes chegamos a pagar mais para estacionar o carro que pelo ingresso da
partida...
Não acompanho tão de perto a temporada, moro em Ohio há 17 anos, e a
equipe do Cleveland Browns só chegou aos playoffs uma vez nesses últimos 17
anos. Porém a torcida é muito apaixonada, com músicas ensaiadas, e torcida
uniformizada.
Já conhecia o estádio, moderno e amplo, como diríamos no Brasil, um
estádio padrão FIFA, com lojas, elevador, escada rolante e restaurantes. Porém,
ao lado do lago Eire, que congela no inverno. Portanto, para quem não gosta de
frio, só dá para acompanhar os jogos do Cleveland Brown até o mês de setembro.
Entramos no estádio, passamos pela revista dos seguranças, sendo muito
parecido com todos os estádios. Após isso, fomos de escada rolante até o quinto
andar, onde eram nossos assentos. Antes disso, pausa para comprar um saco de
amendoim e um copo de refrigerante, sendo este refill, e vinha escrito “Cleveland Brows” e com desenho dos
jogadores. Aqui, muitos torcedores tem o “season pass”, então vão a todos os jogos e sentam-se nos
mesmos assentos. Portanto meu amigo ja conhecida boa parte dos torcedores que
sentaram perto da gente. Assim que cheguei ao assento, ouvi aquele, “oi tudo bom,
como você está?” .
Começou o jogo, e como era de se esperar a equipe do Cleveland começou
perdendo, aliás a equipe da casa não chegou a liderar nenhum momento da
partida. Sempre achei o jogo chato e monótono. Meus poucos amigos brasileiros que gostam do
esporte se irritam comigo quando comparo
o futebol Americano ao “pique bandeira”, brincadeira de infância, no playground
do prédio que morava. No “pique bandeira”, eu pegava a bandeira, que muitas
vezes era um chinelo improvisado, e tinha que trazer de volta para o meu campo,
sem que o adversário me pegasse. No futebol Americano é bem parecido, temos que
levar a bola até o final do campo do adversário, sem que ele nos pegue, para assim conseguir o
que eles chamam de touchdown. O problema é que o futebol Americano, assim como
os esportes em geral aqui, param muito. A quantidade de tempos que cada
treinador tem é absurdo, além de parar para trocar o time de defesa pelo time
de ataque e quando o juiz marca alguma penalidade para explicar ao público o
que ele marcou.
No intervalo, fui comprar, ou melhor, pedir meu segundo copo de
refrigerante quando vi uma cena inusitada: Um policial aplicando uma multa a um
torcedor que estava na fila, bem a minha frente com a camisa do Oakland
Raiders, por estar fumando, algo terminantemente proibido aqui. Não consegui descobrir o valor
da multa, mas fiquei feliz por ver as leis serem respeitadas.
No segundo tempo, o jogo melhorou muito, começou a fluir e os
touchdowns aconteceram, mas o time da casa, como sempre, acabou derrotado. Na
saída, nada de confusão, pois não existe uma rivalidade local, como acontece no
Brasil. Vi vários torcedores com a camisa do time visitante, infiltrados no
meio da torcida, sem necessidade de local especial para visitantes, ou uma carga de ingresso menor para eles. Pelo visto, ainda
precisamos aprender muito com os Americanos.
Por Eduardo Barros
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