Inevitável não entrar no tema desde a noticia que o
Flamengo desistiu de mandar seu jogo, pela Primeira Liga na Arena Pantanal
devido ao estado de conservação em que se encontra.
Inaugurada em abril de 2014 atendendo a todos os requisitos
para uma operação FIFA, a Arena que sediou 4 jogos da Copa do Mundo atualmente
não está apta a receber jogos de futebol da Primeira Liga, isso ao custo de
aproximadamente 600 milhões de reais.
A justificativa para a construção do moderno equipamento
num estado que não é um grande centro esportivo, foi à aplicação do conceito
multiuso, dando uma destinação alternativa para a Arena durante o ano, e a
possibilidade de trazer alguns jogos de grandes clubes para o Estado, todavia
nota-se pelo estado em que se encontra atualmente que nada anda sendo feito por
lá.
O Brasil teve uma bela oportunidade de alavancar a
indústria do esporte em 2014, mas a começar pelas escolhas de algumas
Cidades-sede nota-se que não houve planejamento algum para aproveitar a
situação, senão vejamos, não seria muito mais coerente reduzir o numero de
sedes e construir as Arenas em cidades/estados que tenham futebol e publico
para utilização das arenas durante todo o ano? Se esse princípio básico fosse
adotado como critério, certamente Brasília e Cuiabá dariam vez a Goiânia, e
Manaus seria substituída por Belém, que embora atualmente não esteja com
futebol tão aquecido, possui 2 clubes de muita tradição, Remo e Paysandu, e a
tal justificativa do conceito multiuso também seria muito mais coerente nesses
centros, já que ela não seria a única responsável por gerar receita e operação,
dividiria com o futebol essa responsabilidade.
Outro ponto que deixou a desejar foi à realizaçãoo de
pesquisas e estudos sobre as torcidas e seu comportamento, o que permitiria uma
setorização mais adequada dos assentos disponíveis para utilização pós Copa do
Mundo. Também foi deixado de lado uma análise sobre a cultura local e o
entorno, certamente tal avaliação iria impactar no desenvolvimento dos espaços
multiuso, tendo em vista que estariam adaptados a realidade local, e teria uma
correta destinação, gerando receita, ocupação e atividades que além de aquecer
a economia local iriam beneficiar efetivamente a população, e neste momento sim
adequado ao conceito multiuso.
Infelizmente foram levados em conta fatores que não o
desenvolvimento do futebol como indústria, e o desenvolvimento econômico e
social das regiões onde foram construídos ou reformados, e estas duas premissas
eram fundamentais para um projeto bem intencionado de utilizar o esporte e um
mega evento como mote para o desenvolvimento e modernização do País.
*Por Mario Bini
Comente com o Facebook: