Tratada como a grande vilã e
responsável pela selvageria que tomou conta dos estádios brasileiros no final
do século XX e início do XXI, as bebidas alcoólicas, em especial a cerveja, são
apontadas como monstros segundo os critérios utilizados pelas autoridades
públicas.
Entendo que um conjunto de
fatores ocasionou este cenário no qual destaco a falta de estrutura em nossos
estádios, despreparo da polícia, impunidade e mentalidade distorcida de alguns
vândalos travestidos de torcedores.
Com a chegada das 14 novas arenas
(12 da copa + Grêmio e Palmeiras) estaremos solucionando boa parte do primeiro
ponto, tendo em vista que estes modernos equipamentos proporcionarão ao
torcedor conforto e segurança necessários para se evitar confusões previsíveis .
Quanto aos 2 próximos pontos (despreparo da polícia e impunidade) dependemos da
atuação do poder público, que é responsável por este setor. De qualquer forma,
com o recente progresso econômico e social brasileiro já podemos detectar um
avanço neste sentido.
Quanto a mentalidade distorcida e a ação de vândalos, acredito que seja o reflexo da inércia do governo e do judiciário.
Por esses motivos creio que prejudicar a maioria por causa de uma minoria seja
a pior decisão que se poderia tomar. Podemos tomar como exemplo a Inglaterra
que até bem pouco tempo tinha um cenário pior que o nosso, mas que com a
intervenção enérgica da polícia, hoje em dia é um exemplo, onde é permitindo aos
torcedores acompanharem jogos a poucos metros do campo sem a necessidade de
alambrado e vidros separando atletas das arquibancadas.
Lembro também que hoje uma das maiores
patrocinadoras do futebol nacional é uma cervejaria, fazendo-se presente até na
Copa do Mundo FIFA como patrocinadora oficial. Além disso, podemos falar no retorno
financeiro que a venda de cerveja proporcionaria aos clubes e arenas, já que com
seu retorno os torcedores certamente entrariam antes e consumiriam mais no
interior dos estádios, gerando mais vendas. Isso significa dizer que o retorno
financeiro indireto, com a presença maciça de torcedores por mais tempo no
interior das arenas, iria valorizar a comercialização de novas propriedades que
teriam seus valores aumentados. Podemos citar espaços publicitários em telões, testeiras
eletrônicas, telas espalhadas no interior dos locais de jogos, entre outros.
Todas essas propriedades, se bem geridas com ativações, interatividade com o
público e entretenimento podem se tornar novas fontes de renda.
Pelo lazer, conforto e rendimento
econômico, pedimos que o caso seja analisado de forma coerente e que se busquem
soluções eficazes para as dificuldades que surjam no decorrer do tempo.
* Por Mario Bini
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