18/01/2016

A PRIMEIRA LIGA, DE MUITAS


A Primeira Liga que inicia dia 27 de janeira e encerra-se dia 31 de março será disputada com status de torneio amistoso, mas seu impacto no futebol brasileiro deverá ser grande, não é a toa alguns “coronéis” e antigos cartolas tentam de todo modo melar a competição, afinal nunca houve uma ameaça tão clara a seus interesses pessoais, sempre colocados à frente do interesse dos clubes que representam.

A competição organizada pela Liga Sul Minas Rio nasce como uma alternativa aos falidos estaduais que serão disputados simultaneamente.

A Liga tem seus defeitos, como por exemplo ser presidida por um dirigente de um clube integrante, mas certamente já representa um avanço significativo no modelo de gestão ultrapassado que é aplicado hoje no futebol brasileiro. O mais significativo na Sul Minas Rio é o conceito nela inserido, uma liga fundada por clubes para representar seus próprios interesses, todos os cases de sucesso no esporte mundial seguem este padrão atualmente NBA, BUNDESLIGA, PREMIER LEAGUE e etc.
Esta Liga deve ser responsável por organizar a logística de competição, negociar de forma coletiva todos os contratos comerciais que envolvam a competição, como Naming Rights, direitos de transmissão e patrocínios, que deverão ser repassados aos clubes participantes na forma previamente acordada.

Pode ser inicialmente só uma competição “amistosa” mas seu sucesso representa a derrota de um modelo administrativo que o transformou do País do futebol no País do 7 x 1.

Tomando como exemplo a própria Alemanha, sua competição nacional adota este formato sendo organizada por uma Liga, a BUNDESLIGA, que além das negociações comerciais supra citadas, também é responsável por realizar o controle financeiro dos clubes que para obterem benefícios fiscais no inicio da década de 2000 e poder participar da competição foram enquadrados num Far Play financeiro que se tornou exemplo mundial, e possibilitou um crescimento nas receitas de 63% entre as temporadas 3003-04 à 2009-10, enquanto o endividamento desses clubes no mesmo período aumentou somente 23%, segundo matéria publicada por Amir Somoggi.

Minha sugestão é que a Liga deve adotar um modelo de gestão empresarial, onde profissionais de reconhecida competência em seus mercados (comercial, marketing, jurídico, negócios, futebol, operações de grandes eventos e etc ) trabalharão em contato permanente formando uma equipe multidisciplinar, sendo os responsáveis por torna-la eficiente, ao fim de cada exercício o conselho gestor que será formado pelos clubes avalia o desempenho,  as diretrizes são tomadas em conjunto e executadas pela Liga.

Sabemos que as barreiras a serem quebradas serão enormes, começando internamente, onde os clubes terão que aprender a negociar em bloco e em algumas ocasiões aceitar condições não tão vantajosas em beneficio do coletivo, passando pelos “coronéis” do futebol nacional que já estão usando artilharia pesada para melar a Liga, mas superadas essas dificuldades iniciais, pode ser este o grande passo para o resgate do futebol brasileiro. Que seja a Primeira Liga, de muitas!

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