15/01/2016

DIREITOS DE TRANSMISSÃO, QUEM ESTÁ CERTO?


Grande bola da vez no mercado esportivo, as cotas de tv e direitos de transmissão sempre foram comentadas, mas nunca ganharam tanto destaque como neste início de temporada, soberana a Globo nunca teve uma concorrência tão forte e a briga promete ser boa, quem ganha com isso? Todo mundo, Clubes, torcedores e patrocinadores.

Com uma proposta no valor de 600 milhões e modelo de distribuição semelhante a Premier League sendo 50% de forma igualitária, 25% desempenho técnico e 25% audiência gerada, além de propor um maior equilíbrio na distribuição dos jogos transmitidos, e o fim dos jogos às 22:00 o Esporte Interativo (EI) já está alinhado com 7 clubes Grêmio, Inter, Coritiba, Atlético PR, Santos, Fluminense e Bahia , segundo matéria da ESPN, para transmitir o Brasileirão entre 2019 e 2024.

Negociando de forma individualizada com os clubes, a Globo é acusada de beneficiar Flamengo e Corinthians e dar início ao processo de “espanholização” do campeonato brasileiro em virtude da audiência que os 2 clubes de maior torcida do País proporcionam. É certo que os 2 gigantes recebem cifras mais significativas conforme pode ser observado no quadro abaixo:

*blog do Juca

Observando a distribuição nos maiores campeonatos do mundo em percentuais, perceberemos que Flamengo e Corinthians arrecadam 10% cada um da receita total seguidos de Atletico MG, Palmeiras e São Paulo com 7%, ao passo que na Espanha Real e Barça atingem 24% cada seguidos de Atlético de Madri com 7%, na Itália Juventus 22%, Napoli 16% e Inter 11%, França PSG 14%, Marseille 13% e Lyon 9% e na Inglaterra United, City e Chelsea lideram com 8% seguidos do Arsenal com 7%.

A distribuição de fato pode ser mais homogênea e seguir o conceito inglês, mais justo a meu ver, mas falar em “espanholização” sem uma análise fria dos números talvez seja um pouco exagerado.

Acredito que o mais significativo nessa negociação são propostas como o fim de jogos às 22:00, equilíbrio na distribuição de transmissão, e melhorar a relação entre patrocinadores e exposição.

Essas medidas podem aumentar a presença de torcedores nos estádios e suplementar as receitas originadas de patrocínios, um exemplo disso seria a inclusão de obrigatoriedade para a emissora citar o parceiro que detém o Naming Right dos estádios, fato que hoje não acontece, e se mudado pode auxiliar a aquecer esse mercado que ainda não deslanchou.

Resumindo, os valores tem que ser negociados e equilibrados, mas a discussão é mais ampla e podem ser gerados maiores benefícios, criar novas fontes de receitas e maximizar outras já existentes, nossos dirigentes tem uma bela oportunidade de começar a fazer algo diferente, vamos aguardar como irão se posicionar.



Comente com o Facebook: