Mestre de cerimônia em partida do campeonato italiano |
Transformar o jogo em espetáculo é o grande desafio dos
gestores de arenas atualmente. Partindo deste princípio as atrações que antecedem
o evento principal ganham uma importância ainda maior, tendo em vista que elas
se tornam o chamariz para o público permanecer no interior do estádio
(consumindo) e “esquentando” a torcida para a hora do grande show.
Para que tudo isso tenha êxito, uma ocupação profissional passa a ganhar
cada vez mais destaque nestas ocasiões, estamos falando do mestre de cerimônia,
ou como preferem os mais antigos, o locutor.
Quem está habituado a assistir as partidas de futebol no
exterior, em especial na Europa, percebe a grande diferença de
como são feitas as apresentações das equipes antes da bola rolar. Apesar de já
ter havido uma evolução nesse sentido, aqui no Brasil ainda temos uma cultura,
mesmo que subconsciente, de que o locutor oficial do estádio precisa ser
imparcial e sóbrio. Essa postura se deve muito porque no passado a maioria das
arenas eram estatais e por isso faziam questão de não favorecer nenhum time, os
locutores eram simplesmente informantes dos fatos e não animadores.
Hoje o conceito das mais modernas arenas no mundo tende a
incluir a apresentação no espetáculo e não torna-lo um concorrente que ninguém
presta atenção. Recentemente, em um estádio do Rio de Janeiro, o apresentador
começou a ler a escalação de forma tão fria que a torcida por iniciativa
própria decidiu ignorar a leitura oficial e passou a saudar seus atletas por
conta própria, deixando a versão oficial diminuída a tal ponto que um dos momentos
mais valorizados pelos anunciantes do telão ficou esquecido.
O exemplo que temos a seguir mostra a diferença gritante de
como a apresentação influencia os torcedores. No clássico entre Real Madrid e
Barcelona o locutor do estádio apresenta os atletas catalães sem a menor
empolgação, deixando inclusive o tempo para vaias para o principal jogador
adversário, Lionel Messi. Já quando inicia a escalação do time da casa parece
que é um outro mestre de cerimônia, que contagia a torcida do Real desde o
início.
Outro belo exemplo vem da Itália, onde o locutor ao invés de
ficar em uma cabine interage com os torcedores de dentro do campo, fazendo a
apresentação dos atletas em sincronia com a torcida, como é bem comum nos
estádios europeus.
*Por Rodrigo Calvoso
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