Com cada vez menos tempo disponível para o lazer e com muitas opções de distração, ir a um evento esportivo pode ser deixado para segundo plano. Com dificuldade de chegada e péssimo serviço oferecido, comparecer a um estádio no país muitas das vezes depende única e exclusivamente da posição do seu time na tabela.
Depender dos resultados esportivos para encher os estádios é o maior drama de qualquer gestor de arena no mundo. Para que suas receitas de bilheteria não dependam diretamente das bolas que entram ou não no gol (ou na cesta), é importante se criar uma atmosfera de EVENTO ESPORTIVO.
Um evento esportivo de qualidade é muito mais do que uma partida, tem que existir máxima preocupação com a experiência do torcedor e com a qualidade do serviço oferecido, proporcionando diversos atrativos além do jogo.
Lembro de quando estávamos no C.R. Flamengo, coordenado pelo mestre João Henrique Areias, introduzimos vários conceitos de evento nos jogos de basquete do clube. DJ, animador, grupos de dança, músicos famosos, atividades para crianças, etc... os jogos se transformavam em um grande evento para toda a família.
A preocupação era tanta que até a entrada da equipe em quadra era transformada em um grande momento, com música, animação no telão e jogos de luzes. Nosso amigo Alexandre Franklin chegou a criar a atração chamada: O MELHOR LUGAR DA CASA, que consistia em sortear dois torcedores para assistirem a partida em um confortável sofá bem ao lado da quadra, patrocinada por uma fábrica de móveis, no melhor estilo NBA.
O convívio com a imprensa também recebeu uma atenção especial. Ao invés de condenar os jornalistas a espaços sem as mínimas condições de trabalho e sem nenhum apoio, foi desenvolvido um serviço de assessoria de imprensa, onde além de oferecer o trivial apoio de informação, havia a preocupação de se criar um espaço de convivência entre os profissionais, que imediatamente passaram a ter mais interesse em participar das coberturas dessas partidas. Nos jogos finais, realizados na HSBC Arena, mais de 200 profissionais buscaram credenciamento para o evento e cerca de 120 foram autorizados a trabalhar na ocasião. Em 2009 esses números eram considerados impensáveis para uma partida de basquete, mesmo se tratando de uma final.
O resultado final não poderia ter sido melhor. O time sagrou-se campeão da primeira edição do Novo Basquete Brasil (NBB) diante de mais de 15.000 torcedores e os salários, que estavam atrasados há 4 meses, foram quitados em 90 dias de muito trabalho e dedicação de uma equipe que não poupou esforços para que fora das quadras o torcedor também pudesse perceber que havia algo de diferente no ar.
Assista o vídeo publicado pelo antigo blog BasketBrasil e veja um pouco de como podemos transformar um simples jogo em um grande entretenimento esportivo:
* Por Romulo Macedo / Rodrigo Calvoso / Mario Bini
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