Certa vez escutei de um amigo: “ O futebol é a coisa mais irracional que existe dentro de mim.” Talvez essa afirmação caiba muito bem em quase todos os torcedores de futebol do país.
A irracionalidade começa quando o torcedor, apesar de gastar dinheiro para ir a um jogo, transcende a categoria de consumidor e passa a agir sem cobrar pelos seus direitos.
Quem dentro de uma racionalidade iria passar sufoco para entrar dentro de um teatro? Não daria a mínima se chegasse ao cinema e encontrasse um lugar imundo? Acharia normal se espremer para conseguir um espaço dentro de um banheiro de um shopping? Enfrentaria uma fila para conseguir um lanche frio em uma lanchonete? E o mais irracional dessa história é que essa passividade do torcedor só ocorre no momento de reclamar pelos seus direitos. Deixa o zagueiro do seu time furar uma bola, o juiz errar um lance, o técnico substituir “errado”. Aquele mesmo torcedor pacífico se transforma em um bicho, se sente roubado, xinga a mãe do juiz e fala os maiores impropérios existentes, muita das vezes na frente até de crianças.
Nem tanto ao céu nem tanto a terra, mas seria muito bom se o torcedor de futebol começasse a protestar contra os maus tratos que passa nos mais diversos estádios do Brasil. Melhor mesmo seria se os momentos de “fúria” do torcedor voltasse contra as desigualdades sociais, injustiças, corrupção e outras mazelas que assolam o nosso país.
Vale a reflexão...
* Por Romulo Macedo - Diretor Executivo
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