Os Jogos de Londres ficarão marcados pelas polêmicas geradas
através das redes sociais, já que na prática esta é a primeira Olimpíada onde
realmente todos os atletas possuem total acesso às ferramentas de comunicação,
que aproximam os participantes das competições ao grande público de forma
rápida e direta. Em Pequim, devido ao
acesso restrito às redes sociais imposto pelo governo local, essas polêmicas
foram evitadas. Até por isso, se imaginava que após 4 anos os atletas
apresentassem um pouco mais de preparo e profissionalismo para lidarem com esse
quadro.
As redes sociais são ferramentas importantíssimas para
qualquer atleta que pretende ter contato com seus fãs e podem alavancar
carreiras, fortalecendo a imagem dos competidores, atraindo patrocinadores e
novos admiradores. Por outro lado, caso o atleta não receba orientação de
especialistas ou não conte com um staff capaz de lhe oferecer suporte em
situações complicadas, tendem a acontecer situações desastrosas, principalmente
quando o resultado não aparece na área esportiva.
Mesmo antes do início dos jogos a grega Voula Papachristou
foi expulsa da delegação de seu país por ter feito um comentário infeliz, onde
abordou a presença de africanos na Grécia. Particularmente considerei que a
frase em si nem fosse racista, entretanto não há dúvida de que foi uma
brincadeira polêmica e infeliz, típica de quem jamais recebeu orientação de um
profissional do ramo acostumado a lidar com situações como essa.
Já o suíço Michel Morganella, que integrava a equipe de
futebol, foi retirado da seleção pelo comitê do país europeu após o atleta
afirmar em seu Twitter que os adversários sul-coreanos eram “mentalmente
retardados”. Além de não agregar nada esportivamente, tal comentário fecha
qualquer possibilidade de negociar sua imagem junto a futuros patrocinadores
que desejarem investir no segmento esportivo. Porém engana-se que tais
problemas só ocorrem em terras estrangeiras. A judoca brasileira Rafaela Silva,
que foi desclassificada da competição, decidiu discutir com internautas também
através Twitter. Tal acesso de fúria de nossa representante mostra que a
promissora atleta cometeu um grave, porém básico, equívoco no mundo virtual:
jamais acesse a rede no calor da emoção, ou seja, nunca entre em redes sociais
com a cabeça quente. Neste caso, Rafaela perdeu uma excelente oportunidade de
reverter o quadro, ganhar apoio dos brasileiros e sair ainda mais fortalecida
já visando os jogos de 2016, que acontecerão exatamente em sua terra natal.
Sempre lembramos aos atletas que contratam a Estádios
e Arenas que redes sociais são locais públicos, verdadeiros palcos, onde
devemos agregar valores para as nossas carreiras. Fique sempre atento a
fotografias, comentários em momentos de extrema alegria, decepção ou
intimidade. Por mais que não acredite, sempre tem alguém de olho em seu perfil,
seja para o bem ou para o mal. Então é melhor trabalhar positivamente essas
ferramentas para que elas tragam bons frutos e ajude ainda mais na caminhada
rumo ao sucesso!
* Por Rodrigo Calvoso - Diretor de Comunicação
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