Atletas problemáticos, baladeiros, criadores de caso e bad boys, podem ser considerados ídolos? Os deslizes da vida de pessoal de um atleta pode afetar e muito a sua carreira profissional, pelo menos nos Estados Unidos.
Um caso emblemático dessa atitude vem do golfista Tiger Woods, considerado por muitos o maior golfista de todos os tempos. Foi o atleta mais jovem a ganhar um torneio Master de golfe, o único 4 vezes eleito Esportista do Ano pela Revista Sport Ilustrated, eleito atleta do ano pela Associeted Press, indicado a Hall da Fama da Califórnia. Primeiro atleta a faturar mais de 1 bilhão de dólares em prêmios e patrocínios.
Tiger era o queridinho da américa até o ano de 2009, pai de dois filhos frutos do seu casamento com Elin Nordegren, o golfista era a maior sensação do marketing esportivo dos EUA. Woods era garoto propaganda da: Gatorade, Buick, TAG Heuer, Gillettte, AT&T, Accenture, entre outros. Era estrela de uma série de Video Games da Eletrocnic Arts que levava o seu nome e assinou o maior contrato de patrocínio da história da Nike chegando a se tornar sócio do recém criado segmento de golfe da empresa.
Mas o conto de fadas norte americano começou a ruir quando em 2009 o tabloide sensacionalista, National Enquire, indicou que ele teria um relacionamento fora do casamento com a promoter Rachel Uchitel. As suspeitas foram reforçadas quando o golfista bateu com o seu carro em um hidrante, na rua de sua casa, após uma discussão com a sua mulher causada pela sua infidelidade.
Aos poucos a intimidade do queridinho da américa foi sendo desmascarada e ao todo 8 mulheres foram apontadas como amantes do atleta, entre elas modelos, atrizes pornô e apresentadoras.
A imagem de bom moço, pai de família, foi terrivelmente arranhada e com isso os patrocinadores começaram a se afastar, uma vez que não queria mais associar as suas marcas com a imagem de um esportista problemático, viciado em sexo e adúltero. Gatorade, AT&T e Accenture encerraram os contratos de patrocínio com o atleta, Gillette e TAG Heuer decidiram não renovar os contratos com Woods.
Tiger Woods pediu desculpas em público e prometeu se dedicar mais ao seu casamento anunciando até uma pausa na carreira. No ano seguinte ele voltou aos torneios internacionais, mas nunca mais conseguiu ter os mesmo resultados expressivos de antes.
Seguramente a sociedade norte americana ainda valoriza a instituição da família e por isso, até mesmo, Tiger Woods perdeu muito com o seu comportamento. Comportamentos e atitudes até piores do que a do golfista norte americano ainda são muito praticadas por atletas de renome aqui no Brasil e o mais impressionante é que o público ainda consegue idolatrar esses tais sujeitos.
O público aqui, infelizmente, ainda não recrimina com veemência tais comportamentos, mas seguramente as empresas patrocinadoras não toleram mais tais atitudes e não querem ver a sua imagem associadas com esportistas problemáticos.
Nós da Estádios e Arenas prestamos uma assessoria completa muitas vezes atuando até com um conselheiro pessoal, contratando até psicólogos para acompanhar os atletas. Hoje em dia, na era das Redes Sociais e celulares com fotos, todo o cuidado é pouco e qualquer passo em falso pode significar o fim de uma carreira, "pelo menos nos EUA".
*Por Romulo Macedo - Diretor Executivo
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