Se existe um produto que muito se valorizou nos últimos anos (além dos imóveis do Rio de Janeiro) ele se chama Olimpíada. Depois que a Record desbancou a supremacia da maior emissora brasileira, os profissionais da Rede Globo decidiram que não poderiam voltar a deixar que o fato se repetisse, mesmo que para isso novas estratégias fossem propostas ao Comitê Olímpico Internacional (COI).
Vale lembrar que em 2004 a Globo desembolsou aproximadamente U$ 5 milhões para ter os direitos exclusivos de transmissão no Brasil. Em 2008, quando começaram a surgir os primeiros boatos de ameaça, o valor foi aumentado para U$ 15 milhões. Pode se concluir que houve uma considerável valorização, porém nada que se compare aos U$ 60 milhões oferecidos pela Record, que lhe garantiram o direito de exclusividade nos jogos de Londres neste ano.
Para a edição brasileira a emissora da família Marinho implementou um sistema criativo que cativou os membros do COI, pois sabiam que se dependessem apenas do fator financeiro, não teriam como disputar com sua principal concorrente. Foi oferecido para a entidade internacional a flexibilização da transmissão em TV aberta, que será dividida com a própria Record e a Bandeirantes, e que juntas desembolsarão aproximadamente U$ 200 milhões. Além disso, a rede envolveu suas emissoras em TV fechada, redes de rádio e seu portal de internet para não apenas transmitir os jogos, mas também serem o principal canal de promoção do evento que acontecerá no país.
Mas engana-se quem acredita que a solução para a próxima edição dos jogos tenha trazido a paz ou aproximado as concorrentes. De acordo com informações de profissionais do ramo, mesmo antes de saber qual será a sede de 2020, as emissoras já estão negociando com o COI e especulasse que as conversas estejam girando em torno de U$ 250 milhões, com direito a exclusividade. É ou não é uma baita valorização de um produto?
* Por Rodrigo Calvoso - Diretor de Comunicação
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