A cada quatro anos os veículos de comunicação do mundo
inteiro preparam novidades para atrair a atenção dos telespectadores, ouvintes
e leitores ávidos por notícias do principal evento esportivo do planeta. Os
Jogos Olímpicos se transformam em um grande palco, onde cada canal pode mostrar
traços culturais e peculiaridades específicas na hora de transmitir uma
notícia, que se fosse realizada em diferentes regiões, provavelmente não teriam
tanto êxito.
Os russos, sempre muito sisudos, nesta edição olímpica
optaram por realizar uma cobertura um pouco mais descontraída durante as
transmissões ao vivo, uma antiga solicitação do seu público, que passou a ter
acesso ao conteúdo de emissoras italianas e espanholas. Apesar de fugir
completamente do padrão local, podemos dizer até que não se saíram mal ao final
do jogo de basquete contra o Brasil, quando venceram a partida por um ponto nos
segundos finais da partida e se não fosse o idioma complicado, poderíamos dizer
que se tratava de um povo latino.
No Brasil os telespectadores não podem se queixar da falta
de emoção dos locutores e comentaristas, que muitas vezes até exageram na dose
e se deixam levar pela emoção. Nesse caso, a empolgação exacerbada, quando a
vitória não chega, se torna em decepção aguda, que muitas vezes terminam em
verdadeiros linchamentos públicos de atletas, que durante 3 anos e 11 meses,
precisam conviver com a falta de apoio e visibilidade.
Entretanto neste quesito os jornalistas brasileiros
não estão sozinhos. Mesmo que você não entenda italiano, vale a pena ver a
insistência do repórter da terra da bota, que entrevistava a nadadora Federica
Pellegrini, vencedora da medalha de ouro em Pequim, que tinha acabado de ser
eliminada da competição. Mostrando uma frieza nada típica de uma italiana, a
atleta chegou ao ponto de responder se ela já estava se habituando a perder
competições. Nós que sempre cobramos bom senso e postura profissional dos
competidores, também devemos pedir para que os entrevistadores também saibam
lidar com o momento de lamentação da pessoa que está do outro lado do microfone
e que se não tiver o profissionalismo similar a de Federica Pellegrini poderá
receber uma resposta "atravessada".
O jornal alemão Bild decidiu seguir por uma
linha nada comum. Para entrar no clima olímpico os editores decidiram fazer a
cobertura de uma briga na lama de atrizes pornôs em um clube de swing. A
disputa, que teve ingressos custando €$ 50 (aproximadamente R$ 130,00), foi organizada em três rounds de 6 minutos,
que apontaram Xania Wet como a grande vencedora da medalha de ouro.
Já os ingleses optaram por uma manter a
tradição, para “variar”. Para mostrar o sentimento de paixão nacional que o
atletismo desperta nos torcedores jamaicanos eles não abandonaram o típico o
tom irônico na matéria. A reportagem mostra o desespero dos fãs de Bolt que se
preparavam para assistir a final dos 100m do maior ídolo nacional da
atualidade, quando um apagão obrigou os mesmos a optarem pelo velho radinho de
pilha. O que importa é que a celebração da turma do reagee valeu como se fossem
brasileiros levantando a taça de campeões mundiais de futebol. Vale a pena
conferir e até dar risadas (típicas da terra da rainha).
* Por Rodrigo Calvoso - Diretor de Comunicação
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